Noz
Juglans regia L.
Proporciona energia ao coração
Propriedades:
À semelhança de outros frutos secos oleaginosos, a noz é um dos alimentos mais concentrados em substâncias nutritivas.
Gorduras: constituem mais de ⅗ do peso da noz (61,9%), ultrapassando assim as amêndoas, as avelãs e os amendoins. São formadas na sua maioria por ácidos gordos insaturados, com abundância de poli-Insaturados, além de lecitina. Entre eles, há que salientar os seguintes:
– Linoleico (31,8%), é um ácido gordo essencial, de que o nosso organismo não pode prescindir, especialmente durante a infância. Reduz o nível de colesterol e intervém na formação do sistema nervoso e na produção de anticorpos.
– Linolénico (6,8%), um Ómega-3 como aqueles que se encontram no peixe. Reduz o nível de colesterol e de triglicéridos no sangue, evita a formação de trombos dentro dos vasos sanguíneos e trava os processos inflamatórios.
Hidratos de carbono: a noz é o fruto seco oleaginoso mais pobre neste nutriente, com 13,5%. Isto torna-as um alimento muito bem tolerado pelos diabéticos.
Proteínas: contêm até 14,3% de proteínas de boa qualidade biológica. São um pouco deficitárias no aminoácido essencial metionina, o que facilmente se resolve combinando-as com cereais (trigo, aveia, arroz, etc.) que são muito ricos neste aminoácido. Esta mistura proporciona proteínas completas de uma qualidade igual ou superior às que a carne pode oferecer.
Vitaminas: é uma boa fonte de vitaminas B1, B2, B3 (niacina) e B6. A vitamina B1 ou tiamina é necessária para o trabalho do coração e também para a estabilidade do sistema nervoso. A vitamina B6 intervém no bom funcionamento do cérebro, assim como na produção de glóbulos vermelhos do sangue.
Minerais: é rica em fósforo e potássio, enquanto que é pobre em sódio, o que favorece o bom estado do sistema cardiovascular. Contém uma boa quantidade de ferro (2,44mg/100g), de magnésio e de cálcio, embora neste último sejam mais ricas a amêndoa e a avelã. É uma das melhores fontes de oligoelementos, sendo especialmente ricas em zinco (essencial nas defesas imunitárias), cobre (facilita a absorção de ferro no intestino) e manganésio (necessário para as funções reprodutoras, a sua deficiência produz esterilidade em ambos os sexos).
Principais indicações:
– afecções cardíacas: as nozes constituem um alimento muito recomendável para os que sofrem de doenças do coração, por 3 motivos fundamentais:
1º pela sua riqueza em ácidos gordos, que constituem a fonte primária de energia para as células do coração, ao contrário de outras células como os neurónios, que utilizam como combustível principal a glicose.
2º pelo seu conteúdo em vitamina B1, cuja falta produz insuficiência cardíaca e deterioração nervosa.
3º por reduzir o nível de colesterol no sangue, contribuindo assim para que não se deposite nas paredes das artérias e as obstrua.
Por estas 3 razões, o seu consumo regular convém a todos aqueles que sofrem de insuficiência cardíaca, angina de peito ou risco de enfarte.
– excesso de colesterol: as investigações realizadas pelo Dr. Joan Sabaté, da Universidade de Loma Linda (Califórnia), mostraram que o consumo diário de 80gr de nozes, durante 2 meses, reduz o nível de colesterol LDL (“colesterol nocivo”) em 16%.
– afecções do sistema nervoso: devido à sua riqueza em ácidos gordos essenciais, que intervêm diretamente no metabolismo dos neurónios, assim como em lecitina, em fósforo e vitamina B6, são muito recomendáveis na dieta de todas as afecções neurológicas em geral. Não deveriam faltar na mesa dos estudantes e intelectuais. Os que sofrem de irritabilidade nervosa, depressão, stress ou esgotamento nervoso deveriam comer todos os dias uma porção de nozes, de preferência ao pequeno-almoço.
– transtornos sexuais e esterilidade: os ácidos linoleico e linolénico servem de base para a produção de prostaglandinas. Estas substâncias intervêm nas reações inflamatórias e nos processos fisiológicos que constituem a resposta sexual; aumenta a potência do homem e melhora a resposta sexual na mulher. Devido à acção do manganésio aumentam a produção de espermatozóides e facilitam as funções reprodutoras.
– diabetes: pelo seu escasso conteúdo em hidratos de carbono e pelo seu elevado poder nutritivo, são um dos alimentos melhor tolerados pelos diabéticos.
– necessidades aumentadas: pelo seu grande conteúdo calórico e nutritivo, o seu consumo é muito recomendável em todas as situações em que o organismo esteja submetido a um esforço suplementar: desportistas, estudantes em época de exames, mulheres grávidas ou que amamentam, convalescença de doenças debilitantes stress físico em geral.
Fonte: Dr. Jorge Pamplona Roger, A Saúde Pela Alimentação, Vol. 2, pg. 64-68, Publicadora Servir